Priscila Pedroso
Departamento de Comunicação

Texto originalmente publicado na edição 54 da Revista Palmeiras. Para acessar o conteúdo completo desta e de outras reportagens, baixe agora mesmo o App Revista Palmeiras na Play Store ou na Apple Store.

Associado do clube desde os cinco anos, Arthur faz parte da equipe de LPO do Verdão (Arquivo pessoal)

O associado palmeirense Arthur Cei Corrêa, de 17 anos, contou com a ajuda do levantamento de peso para se reerguer. Em tratamento contra a depressão e com dificuldade para aceitar o próprio corpo (considerava-se magro demais), o jovem encontrou no halterofilismo o caminho para melhorar sua autoestima. E o esporte já lhe rendeu, além de músculos, uma respeitável coleção de taças e medalhas.

Frequentador da sede social do Verdão desde os 5 anos, Arthur começou a praticar LPO (levantamento de peso olímpico) por sugestão do professor Francisco de Lima, o Chico. Chamou a atenção do instrutor a dedicação demonstrada pelo aluno na academia de musculação do clube.

“Quando o Arthur se matriculou, fui eu quem o avaliei e montei seus treinos. Com o passar do tempo, construímos uma grande afinidade”, conta Chico. “Ele é um menino especial: tem um ótimo coração e muita força. Por isso, eu lhe indiquei o levantamento de peso.”

A adaptação à modalidade foi rápida e o atleta logo passou a fazer parte da equipe de LPO do Verdão. Em menos de três anos de carreira, o halterofilista palestrino já conquistou o bicampeonato paulista juvenil (2018 e 2019), além da Copa São Paulo (2019). Sua próxima meta é disputar o Campeonato Brasileiro da categoria.

“Quando revejo vídeos do meu início (no LPO), percebo que fazia muita coisa errada na parte técnica. Mas gostava tanto de treinar que não foi difícil ajustar os movimentos”, relembra Arthur.

Inspiração

Em sua busca constante pela evolução, o jovem se inspira em uma lenda palmeirense do levantamento de peso. Medalhista de bronze nos Jogos Pan-Americanos de 1967 e representante do Brasil em duas Olimpíadas (1968 e 1972), o baiano Luiz Gonzaga de Almeida foi atleta e professor de halterofilismo do Verdão, a exemplo do seu filho Kléber.

Gonzaga foi um dos condutores da tocha no Rio

“Eles foram campeões em todos os sentidos e me deram um apoio que eu jamais teria em outro lugar. Sou eternamente grato aos dois, pois sempre me motivaram e me trataram como se eu fosse da família”, diz Arthur.

Apaixonado pelo halterofilismo, o atleta espera que a modalidade ajude outras pessoas, assim como fez com ele. “Eu sempre tive problemas com o meu corpo, além da depressão. O levantamento de peso não só mudou absurdamente o meu corpo, como vem contribuindo com o meu equilíbrio emocional”, explica. “É um esporte técnico que fortalece o espírito e a mente, proporcionando um novo estilo de vida”, finaliza.

O esporte ajudou Arthur a melhorar sua autoestima (Arquivo pessoal)

Entenda o LPO (levantamento de peso olímpico)

O que é?

Presente nos Jogos Olímpicos desde a sua primeira edição, em 1896, o esporte tem como objetivo levantar a maior quantidade possível de peso por meio de uma barra de metal.

Quais são as regras?

Há duas modalidades de levantamento de peso: arranque e arremesso. Em ambas, o atleta tem três tentativas para executar o seu objetivo.

Arranque: o atleta tem de levantar a barra acima da cabeça em um único movimento, sem pausa, até ficar com os braços e pernas completamente esticados por pelo menos dois segundos.

Arremesso: divide-se em duas fases. Na primeira, a barra é apoiada no peito; na segunda; é erguida acima da cabeça. O atleta deve ficar com as pernas alinhadas e o corpo estabilizado por dois segundos.

Quem é o recordista desse esporte?

O maior nome do LPO na atualidade é o georgiano Lasha Talakhadze, da categoria acima de 109 kg, que detém os recordes mundiais do arranque (220 kg) e do arremesso (264 kg).

O georgiano Lasha Talakhadze é o recordista mundial em arranque e arremesso (Fernando Frazão/Agência Brasil)