Futsal do Palmeiras comemora 50 anos do título da Taça Brasil

Fernando Galuppo
Fernão Ketelhuth
Departamento de Comunicação

Há 50 anos, o futsal do Palmeiras alcançou a maior conquista nacional de sua história. No dia 18 de janeiro de 1970, o Verdão derrotou o América-RN por 4 a 1 e garantiu o título da Taça Brasil de Futebol de Salão, como o esporte se chamava naquela época. Na caminhada rumo ao troféu, a equipe comandada pelo técnico José Marcos Barbosa teve de encarar uma maratona de sete jogos em oito dias, com seis vitórias e um empate. 

O campeões da Taça Brasil de 1970. Em pé: José Marcos Barbosa (técnico), Feitiço, Nilson Ribeiro Guedes (auxiliar técnico), Aécio, Carlinhos, jogador não identificado, André Brancacci, Robson Rosa e Miguel Masi (diretor); agachados: Serginho, Adílson, Nelson, Gugu, Pinga-Fogo, Sorage e Pipa

“Foi uma grande conquista. Nosso time era praticamente imbatível”, recorda-se o ex-ala Serginho, considerado o melhor jogador da modalidade no país durante as décadas de 1960 e 1970.

Realizada no Ginásio Palácio dos Esportes, em Natal (RN), a competição contou com a participação de dez clubes campeões estaduais. As equipes foram divididas em três grupos e as melhores de cada chave avançaram ao hexagonal decisivo, para o qual o América-RN, como representante do Rio Grande do Norte, já estava classificado de forma antecipada. 

Na primeira fase, o Alviverde bateu Banespa-PI (8 a 1) e Universitário de Brasília-DF (4 a 2). Já no hexagonal, além do triunfo sobre os donos da casa, venceu o Náutico-PE (4 a 2), empatou com o Itapegipe-BA (2 a 2), e superou Sergipe-SE (3 a 2) e Universitário de Brasília-DF (3 a 1).

Lenda do futsal, Serginho tem 75 anos e vive no Rio

O time palestrino disputou o campeonato com a faca nos dentes. Afinal, na primeira edição da Taça Brasil, disputada na cidade de Lages (SC) em 1968, o Palmeiras se sagrou campeão, mas teve o título cassado na Justiça por causa de uma suposta irregularidade na inscrição do pivô Aécio.

“Foi um protesto movido pelo Carioca da Gávea, time que havíamos derrotado na final. Não tinha nada de errado com a inscrição do Aécio, tanto que ele participou normalmente de todo o campeonato. Ganhamos aquele título dentro da quadra, por isso eu me considero bicampeão nacional pelo Palmeiras”, afirma Serginho, de 75 anos.

O ala foi eleito craque da Taça Brasil de 1970 e fez parte da seleção do torneio, ao lado dos também palmeirenses Pipa (goleiro), Gugu (fixo) e Adílson (pivô). Irmão de Serginho, Adílson marcou 11 gols, dois deles contra o América-RN, e garantiu a artilharia do campeonato.

Uma gafe marcou a cerimônia de premiação. Convicta de que a equipe da casa ganharia o título, a organização produziu todas as faixas de campeão com o distintivo do América-RN.

“A pressão era muito grande. Todos imaginavam que o título ficaria em Natal, mas tínhamos um timaço. Não nos intimidamos com o ginásio lotado e demos a resposta na bola”, rememora Serginho, que tinha também o apelido de Tripa, por ser muito magro.

Os campeões

José Marcos Barbosa (técnico)

O técnico José Marcos Barbosa recebe a faixa de campeão

Assumiu o futsal do Palmeiras em 1970 e, no ano seguinte, foi convidado a comandar a Seleção Brasileira no Sul-Americano da modalidade. Conquistou vários títulos pelo Verdão e por outras agremiações.

Pipa (goleiro)

Com passagens por Palmeiras, Banespa e Paulistano, foi um dos maiores jogadores da história em sua posição.

Robson Rosa (goleiro)

Formado na base alviverde, era o reserva imediato de Pipa. Disputou uma partida na Taça Brasil.

Pinga-Fogo (pivô)

Craque e referência na modalidade, atuou também pelo Banespa. Seu pai, João Vendrame, foi atleta de basquete do Palmeiras nos anos 1940.

Gugu (fixo)

Irmão de Pinga-Fogo, foi eleito o melhor defensor do torneio.

Aécio (pivô)

Um dos principais atletas de futebol de salão na década de 1970, começou no Vila Isabel-RJ, assim como Serginho e Adílson.

Sorage (ala)

Defendeu o Palmeiras de 1965 a 1980, passando por todas as categorias. Nenhum outro jogador militou por tanto tempo no futsal alviverde. Foi também técnico do Verdão.

O Alviverde era a base da Seleção Brasileira na época. Em pé: Serginho, Pipa e Carlinhos; agachados: Pinga-Fogo e Sorage

Serginho (ala)

Chamado de Pelé do Futebol de Salão, atuou pelo clube de 1967 a 1972. Sua transferência do Vila Isabel para o Alviverde foi a primeira negociação interestadual de um jogador na história da modalidade.

Adílson (pivô)

Irmão de Serginho, foi o artilheiro da Taça Brasil de 1970, mesmo começando a competição na reserva. 

Feitiço (fixo)

Parente de Feitiço, artilheiro de Palmeiras e Santos no futebol de campo durante a década de 1930, brilhou na quadra com a camisa 3 do Verdão.

André Brancacci (pivô)

Atleta da equipe juvenil, viajou com a delegação para compor o elenco. Participou de uma partida.

Carlinhos (ala)

Antes do Palmeiras, destacou-se no Bangu de Santana. Foi utilizado nos jogos da primeira fase.

Resultados

Primeira fase

11/1 – Palmeiras 8 x 1 Banespa-PI
Gols do Palmeiras: Aécio (dois), Serginho (dois), Pinga-Fogo (dois) e Adilson (dois)

13/1 – Palmeiras 4 x 2 Clube Universitário de Brasília-DF
Gols do Palmeiras: Adilson (quatro)

14/1 – Palmeiras 4 x 2 Náutico-PE
Gols do Palmeiras: Pinga-Fogo (dois), Aécio e Serginho

15/1 – Palmeiras 2 x 2 Itapegipe-BA
Gols do Palmeiras: Aécio e Pinga-Fogo

16/1 – Palmeiras 3 x 2 Sergipe-SE
Gols do Palmeiras: Serginho (dois) e Adílson

17/1 – Palmeiras 3 x 1 Clube Universitário de Brasília-DF
Gols do Palmeiras: Adílson (dois) e Serginho

18/1 – Palmeiras 4 x 1 América-RN
Gols do Palmeiras: Adílson (dois), Serginho e Pinga-Fogo