Arce vê Felipão como o mais completo e sonha em dirigir o Verdão

Agência Palmeiras
Fábio Finelli

Lateral-direito que mais vezes balançou às redes na história do Palmeiras, com 57 gols em 242 partidas, o paraguaio Arce atendeu a imprensa na manhã desta sexta-feira (07), na Academia de Futebol, e falou sobre os planos de sua carreira como treinador, da relação com o técnico Luiz Felipe Scolari e das condições do atual elenco palmeirense.

Confira os principais trechos da entrevista e ouça o áudio do jogador no final desta notícia.

Planos como treinador
“Já faz algum tempo que venho ao Brasil, há uns oito anos. Tenho uma ligação forte com algumas pessoas daqui, inclusive o Felipão. Muitas pessoas da minha época estão trabalhando no Palmeiras ainda. Minha vinda aqui se trata muito mais do que um estágio. Já tenho algumas possibilidades novas para a minha carreira e minha vinda para cá coincidiu com a pré-temporada. Vim com o objetivo de aprender coisas diferentes, de outros métodos de trabalho, e o Felipão tem me proporcionado isso na base da conversa. Também conversei com o Carpegiani (técnico do São Paulo). Está sendo muito legal.”

Relação com o Palmeiras
“Acho que 50%, 60% da minha carreira profissional eu conquistei aqui no Palmeiras. Foi um período marcante, de muitos títulos, muitas conquistas. Foram cinco títulos e também o rebaixamento. Mas ficaram as lembranças positivas. Atualmente, é difícil um jogador ficar tanto tempo num mesmo clube. Vou embora amanhã (sábado) feliz por ter reencontrado muitos amigos, de rever pessoas que fizeram parte da minha carreira. E também fico muito feliz de ver o Palmeiras diferente. Está muito melhor estruturado. No nosso tempo, fizemos uma contribuição para que o clube conseguisse melhorar.”

Chance de trabalhar no Palmeiras
“Essa é uma pergunta fácil de responder. É evidente que sonho trabalhar aqui um dia, mas no tempo certo. Para isso acontecer, quero colher mais informações, mais experiência, e isso vai acontecer no dia a dia. Tive a honra de trabalhar com grandes treinadores, o Felipão, Carpegiani, Espinosa, e isso também me ajudou muito. Mas meu desejo é um dia vir para o Palmeiras, conheço muito bem aqui, tenho identificação com o clube. Com o Grêmio isso também acontece. Mas ainda tem tempo para isso acontecer. Depois de um ano, as coisas estarão mais claras. O mercado no Brasil é muito grande e fatalmente eu virei trabalhar aqui um dia.”

Felipão
“Felizmente eu tive a oportunidade de trabalhar com grandes treinadores, mas o Felipão é o mais completo. Fora de campo, não tem ninguém igual a ele. Se preocupa com tudo, é leal a todos, tem carisma, respeita todos do elenco da mesma maneira. No final, na formação de um conjunto, isso pesa muito nas conquistas, na relação com o time. O Felipão foi quem mais marcou minha formação fora de campo, na questão do caráter. E percebi que isso tem se mantido, que ele não mudou em nada.”

Comparações com outros laterais
“É difícil comparar algum lateral-direito que venha jogar aqui com a minha passagem no Palmeiras. Nunca é bom fazer isso, fica ruim para quem chega no lugar. Eu joguei cinco anos, e hoje é difícil alguém ficar tanto tempo assim, ainda mais na lateral-direita, que é uma posição escassa. Mas eu fico feliz quando a gente volta e é lembrado, é reconhecido pelo o que fez.”

Elenco palmeirense
“Não é fácil juntar tudo para formar um elenco vencedor. Para obter títulos e sucesso, tem muita coisa que precisa acontecer, não é apenas estrutura, logística ou uma comissão técnica competente. A diretoria também precisa ter o mesmo objetivo, os jogadores também. Em 1999, tínhamos um grande elenco, uma ótima comissão técnica e uma diretoria que nos acompanhava. A torcida também abraçou o time.”

Marcos Assunção
“Não sei quem bate melhor, se eu ou ele, mas quem é do presente é sempre o melhor. São dois jeitos distintos de bater na bola. Ele é o nome mais importante do clube, decidiu a maioria dos jogos. E o principal é que continua se cuidando como um garoto, mesmo com tanto tempo de carreira. É de tirar o chapéu o comportamento do Assunção.”