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O Palmeiras foi a campo na noite desta quarta-feira (29), no Allianz Parque, para enfrentar a equipe do Santo André nas quartas de final do Campeonato Paulista 2020 (jogo único). Pelo placar de 2 a 0, gols de Felipe Melo, aos 42 do 2º tempo, e Marcos Rocha, aos 48, o Verdão levou a melhor e garantiu classificação para a fase das semifinais – o outro semifinalista confirmado é o Mirassol, que superou a equipe do São Paulo nesta noite por 3 a 2, em jogo iniciado às 19h, no Morumbi. Nesta quinta (30), Bragantino e Corinthians se enfrentam no Morumbi, às 19h, e em seguida, às 21h30, na Vila Belmiro, Santos e Ponte Preta também duelam.

O confronto da semifinal será decidido pela soma de pontos: o 1º melhor colocado no paulista enfrenta o 4º melhor colocado. Neste caso, a composição da tabela será definida após os confrontos a serem disputados na quinta-feira (30).

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Com a vaga conquistada no Campeonato Paulista, o Verdão chega à sua sétima disputa consecutiva de uma fase semifinal do torneio estadual: desde 2014, entre os quatro clubes grandes do estado, só o Maior Campeão do Brasil alcançou a penúltima fase da competição em todos os anos.

Desde a inauguração em novembro de 2014, o Allianz Parque recebeu, com a partida desta noite, 16 jogos decisivos de avanço de fase ou disputa de título, por qualquer competição. O Palmeiras se classificou em dez ocasiões e foi campeão em outra (Copa do Brasil 2015, contra o Santos, nos pênaltis), além de ter sido superado em cinco situações. Antes dessa de hoje, a última classificação havia sido em 30/07/2019 – Palmeiras 4×0 Godoy Cruz-ARG – pelas oitavas de final da Libertadores).

No Allianz Parque, aliás, neste ano, o Verdão não sabe o que é derrota. Por enquanto, já com o jogo de hoje, são seis jogos, sendo cinco vitórias e um empate: venceu o Mirassol por 3 a 1 (em 16/02), o Guarani-SP por 1 a 0 (em 20/02), o Água Santa por 2 a 1 (em 26/07) e agora o Santo André, e empatou com a Ferroviária por 1 a 1 (em 07/03) – todos esses pelo Paulista – e superou o Guaraní-PAR por 3 a 1 (em 10/03), pela Libertadores.

Não é só no Allianz Parque. Como mandante, em geral, nesta temporada, sob o comando do técnico Vanderlei Luxemburgo, o Palmeiras vem fazendo jus à tradição de ser respeitado em casa: os times visitantes não estão tendo moleza. São 83% de aproveitamento em oito duelos como mandante em 2020 – seis vitórias e dois empates, além de 16 gols marcados e quatro sofridos. Os duelos que tiveram o Verdão como mandante em 2020, além dos já citados da casa palmeirense no parágrafo anterior, foram na Arena da Fonte Luminosa (Palmeiras 0x0 São Paulo) e no Pacaembu (Palmeiras 4×0 Oeste).

Especificamente contra o Santo André, esta foi a terceira ocasião decisiva valendo avanço de fase. Os times já decidiram vaga em 2004 e em 2011 – em ambas as oportunidades pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Na primeira vez, o time do ABC levou a melhor, após empate por 3 a 3 no jogo de ida e por 4 a 4 no jogo de volta (a disputa foi decidida nos penais); já em 2011, no Pacaembu, foi a vez de o Alviverde dar o troco e avançar na competição, vencendo por 2 a 1 (o jogo de ida, no Bruno José Daniel, havia sido 2 a 1 a favor do Alviverde).

Palmeiras e Santo André, com esta partida, se enfrentaram 43 vezes na história – a primeira delas em 1974. A vantagem é palmeirense: 22 vitórias, 14 empates e sete derrotas (63gp x 36gc). Apesar de se enfrentarem desde a década de 70, o primeiro encontro pelo Campeonato Paulista só foi acontecer em 29/08/1982 – empate sem gols. Pelo Estadual, este foi o 30º confronto, com 17 vitórias alviverdes, oito empates e cinco triunfos andreenses (43 gols marcados e 21 sofridos).

O Palmeiras perdeu para o time andreense pela última vez em 03/03/2010. Desde então, entre 2011 e o jogo desta noite, disputou cinco partidas, empatando a primeira delas e vencendo as outras quatro. Portanto, possui uma série invicta de cinco jogos e, de quebra, uma sequência de quatro vitórias.

E quando o assunto é classificação, Vanderlei Luxemburgo não pode ficar de fora: nesta noite, ele chegou a 45 duelos eliminatórios pelo Palmeiras desde a primeira de suas cinco passagens, em 1993, considerando inclusive competições amistosas. O saldo é positivo: com Luxa, já atualizado o prélio de hoje, o Verdão passou de fase ou sagrou-se campeão em 26 oportunidades, enquanto ficou pelo caminho ou foi vice-campeão em 19 ocasiões.

Pelo Campeonato Paulista, especificamente, este foi o quinto duelo, com quatro avanços ou títulos (semifinais de 2008 e 2020 e dois títulos, nas finais de 2008 e 1993) e uma queda (semifinal de 2009). A maior vantagem é pelo Campeonato Brasileiro, com quatro vitórias (incluindo as finais de 1993 e 1994) e apenas uma derrota (quartas de final de 1996).

A própria estreia de Luxemburgo no Palmeiras foi em uma partida eliminatória. O jogo do dia 20/04/1993, quando o Verdão bateu o Vitória por 1 a 0, gol de Maurílio, colocou o time nas quartas de final da Copa do Brasil daquele ano.

Com uma série de troféus conquistados pelo Verdão, não é nenhum exagero afirmar que Vanderlei é especialista no Paulistão. Antes dessa participação, ele disputou cinco vezes o Campeonato Paulista pelo Verdão e conduziu o time ao título quatro delas: em 1993, 1994, 1996 e 2008 (só não ganhou em 2009). Com esse número, o treinador se tornou o comandante com o maior número de canecos estaduais levantados pelo Verdão, ao lado de Oswaldo Brandão, que também venceu quatro (faturou os de 1947, 1959, 1972 e 1974). Vale lembrar que o Supercampeonato Paulista de 2002 não entra nessa conta, já que o torneio, nessa edição, possuía outra fórmula de disputa e seus dados não são contabilizados para efeito de estatísticas junto aos demais.

Ao todo, Vanderlei Luxemburgo soma 390 partidas à frente do Palmeiras, com 236 vitórias, 86 empates e 68 derrotas. São 782 gols marcados e 352 gols sofridos.

E o número expressivo de classificações não foi a única marca individual de Luxemburgo no duelo diante do Santo André. Ele também chegou ao jogo de número 150 no Parque Antarctica, independente da forma física que o estádio palestrino já possuiu outrora. Na casa palmeirense, aliás nenhum outro dirigiu o time mais vezes que Luxa, que é também o técnico que mais vezes venceu (119). Em segundo lugar, vem Oswaldo Brandão, que acumula 130 partidas no local e 96 triunfos.

Autores dos gols, Felipe Melo e Marcos Rocha não poderiam deixar de serem destacados.

Em uma partida tensa durante quase os 90 minutos, o Verdão só foi ter sossego mesmo após ter saído o gol do Pitbull, aos 42 minutos do segundo tempo. Um fato curioso está diretamente ligado ao desempenho do time alviverde em partidas em que o atleta deixa sua marca. Todas as vezes que Felipe Melo balançou as redes pelo Maior Campeão do Brasil, o Palmeiras jamais saiu de campo derrotado. Foram oito vitórias e quatro empates. Clique aqui e veja mais.

E quando o gol de Felipe Melo aos 42 minutos do segundo tempo, parecia ter resolvido a partida decisiva entre Palmeiras e Santo André na bacia das almas, ainda deu tempo do lateral Marcos Rocha, recentemente homenageado com uma linda camisa enquadrada em comemoração aos seus 100 jogos alcançados pelo clube antes da pandemia, aos 48, marcar mais uma vez na partida e definir de vez para o Verdão: 2 a 0. Este foi o segundo gol do camisa 2 no ano (ambos foram no Paulistão – o outro foi na  primeira rodada, goleada por 4 a 0 sobre o Ituano no Novelli Junior (que foi, inclusive, o primeiro gol do Palmeiras no Estadual).

Com três passes a gol nesta temporada (todos pelo Paulista), também se tornou não só o maior garçom do time no torneio estadual como também no ano, igualando Dudu, que concedeu duas assistências pela Libertadores e uma pelo Paulista. Marcos Rocha é ainda o jogador do atual elenco com mais passes para gol no Allianz Parque: agora são 10 assistências, seguido de Willian, com nove. No geral, está empatado com Róger Guedes e Robinho (ambos também com 10) na segunda posição, todos atrás apenas de Dudu, líder com 35.

Ainda hall dos jogadores, em termos de números relevantes, destaque para Weverton. Vazado apenas 65 vezes em 106 jogos pelo Palmeiras, o goleiro Weverton detém a segunda menor média de gols sofridos na história do clube: 0,613, atrás só do paraguaio Benítez, com 0,541 (13 gols sofridos em 24 jogos); na terceira colocação, aparece o também paraguaio Gato Fernández, com 0,628 (22 gols em 35 jogos). São considerados somente goleiros com ao menos dez jogos disputados pelo Verdão.

Além disso, Weverton não sofreu gols, agora, em 57 partidas, número que o põe na terceira colocação do ranking de goleiros com mais jogos sem ser vazado no Século XXI, atrás apenas de Marcos (107 jogos) e Fernando Prass (101). Em uma única temporada, o atual camisa 1 é o recordista do Século XXI com 26 jogos sem sofrer gols em 2019.

MELHOR DEFESA DO CAMPEONATO PAULISTA DESDE 2017

O Palmeiras passou mais um jogo em branco no quesito gols sofridos. Durante os 12 jogos da primeira fase, sofreu apenas seis gols (média de 0,5 por partida), fato que lhe rendeu a defesa menos vazada do Estadual em 2020. O fato curioso é que, nas primeiras fases dos anos anteriores, o Maior Campeão do Brasil também foi o dono da melhor defesa, com cinco gols sofridos em 2019, oito em 2018 e outros 8 em 2017.

MELHOR SALDO DE GOLS DO CAMPEONATO PAULISTA DE 2020

O Alviverde é o número um do Paulistão de 2020 ainda em outro quesito. Por ter marcado 19 gols (e sofrido apenas seis), o Maior Campeão do Brasil também detém o melhor saldo de gols da competição até aqui: 13, de forma isolada, seguido por Red Bull Bragantino, com nove (marcou 18 vezes e sofreu nove gols).

84,61% DOS GOLS DO PALMEIRAS NO ANO SÃO MARCADOS NO 2º TEMPO

Uma estatística curiosa que se repetiu na noite desta quarta-feira (29) chama a atenção. O Palmeiras de 2020 é bem mais eficiente na etapa final do que na etapa inicial dos jogos: dos 26 gols marcados pelo Verdão no ano, 22 deles saíram no segundo tempo e apenas quatro no primeiro: ou seja, 84,61% do total de bolas na rede.

Os gols únicos quatro gols do Palmeiras na temporada de 2020 de todos os 24 (portanto, 15,39%), feitos no primeiro tempo em 2020 foram diante do Oeste, o primeiro na vitória por 4 a 0, de Gustavo Scarpa, de pênalti, na 3ª rodada do Paulista; o gol de Willian contra a Ponte Preta na 5ª rodada do Estadual; o gol de Dudu contra o Guarani-SP na vitória por 1 a 0 pela 7ª rodada do Paulista e o tento de Luiz Adriano sobre o Tigre-ARG por 2 a 0 fora de casa, pela Libertadores – o primeiro do triunfo.

O JOGO

As novidades no time titular em relação à partida anterior, diante do Água Santa, foram Gustavo Gómez no lugar de Vitor Hugo na zaga (o paraguaio e o Palmeiras resolveram o imbróglio contratual); Gabriel Menino na vaga de Bruno Henrique; Ramires, no meio-de-campo, na vaga de Lucas Lima; e Luiz Adriano como cabeça de área (na partida anterior, Raphael Veiga iniciara pela ponta e Willian havia sido deslocado para a função de um 9).

O Palmeiras fez um primeiro tempo predominantemente no campo de ataque, pressionando a equipe do Santo André, que praticamente jogava só no contra-ataque.

Mesmo nos contra-golpes, o Ramalhão chegou com perigo três vezes no primeiro tempo, obrigando Weverton a fazer boas defesas, sendo que em uma das ocasiões, Gustavo Gómez, que já tinha quase passado da bola que sobrou no rebote, conseguiu esticar o pé para afastar um perigo que poderia ser fatal, ainda desajeitado.

Agora com direito a cinco substituições para os times (desde o retorno da pausa pela pandemia, portanto, desde os últimos dois jogos do Palmeiras), Vanderlei Luxemburgo aproveitou o intervalo para mexer no time pela primeira vez: colocou Gustavo Scarpa no lugar de Rony e Lucas Lima na vaga de Gabriel Menino, deixando o time com característica mais ofensiva e de criação.

Com um placar de 0 a 0, as equipes voltaram do intervalo, no Allianz Parque vazio, sem público, devido ao cumprimento dos protocolos de saúde por conta da pandemia de coronavírus. Esta foi a segunda partida sem público na história da casa palmeirense desde 1920, quando o Palestra Italia adquiriu o Parque Antarctica – a primeira e única até agora foi justamente a mais recente, contra o Água Santa.

Considerando outros estádios, o Verdão jogou com portões fechados três vezes: em 31/07/2005, no 1 a 1 com o Atlético-PR, pelo Campeonato Brasileiro (devido à invasão de campo de torcedores palmeirenses no jogo anterior, a partida também foi transferida do Palestra Italia para o Pacaembu); em 17/05/2015, no 0 a 0 com o Joinville, pelo Brasileiro, desta vez na casa do adversário (os catarinenses foram punidos por uma briga de torcidas); e na quarta-feira (22), na Arena Corinthians, na retomada do calendário pós-paralisação, quando o Derby foi jogado sem presença de público pela primeira vez em 103 anos.

Conforme os minutos iam passando na etapa final, o desespero ia tomando conta do torcedor palmeirense que não pôde se fazer presente no Allianz Parque, e notadamente também dos jogadores, que deixavam a técnica de lado e passavam a ir pela raça.

Aos 20 minutos, o Palmeiras já havia criado algumas chances, Gustavo Scarpa, Lucas Lima e Marcos Rocha, por exemplo, mas nenhuma que de fato havia levado perigo real ao arqueiro Ivan, nitidamente um pouco acima do peso. Foi aí, então, que o treinador Luxemburgo resolveu fazer outras duas alterações: chamou Bruno Henrique para entrar no lugar do garoto Patrick de Paula, como volante, e o zagueiro Luan, improvisado, na vaga de Ramires, mas recuado, enquanto os volantes jogavam mais avançados.

Quando nem mesmo o Palmeiras conseguia mais criar jogadas promissoras, já na retíssima final do jogo, e as equipes aparentemente já iam se conformando com a possibilidade de decidir nas penalidades, Felipe Melo foi feliz ao conseguir subir para cabecear bola oriunda de escanteio cobrado por Lucas Lima, aos 42 minutos. A bola ainda desviou no zagueiro Rodrigo, do time andreense, e impossibilitou que o goleiro Ivan chegasse. (Palmeiras 1×0 Santo André)

Após o gol do Pitbull, ainda deu tempo de Luxemburgo fazer mais uma substituição: Willian por Zé Rafael, que entrou como um meia-atacante.

Surpreendentemente, quando tudo parecia resolvido, Marcos Rocha aproveitou rebote do chute de Zé Rafael, após lançamento recebido pelo camisa 8 de Luiz Adriano, e não desperdiçou: dominou e empurrou a redonda para dentro da rede. (Palmeiras 2×0 Santo André)

Com isso, o Palmeiras garantiu classificação para a fase semifinal. O resultado de 2 a 0, entretanto, não foi tão tranquilo de ter sido construído como parece ao analisar friamente o placar.

Palmeiras: Weverton; Marcos Rocha, Felipe Melo e Gustavo Gómez; Patrick de Paula (Bruno Henrique, 20′ do 2ºT), Gabriel Menino (Lucas Lima, intervalo) e Ramires (Luan Garcia, 20′ do 2ºT); Willian (Zé Rafael, 45′ do 2ºT), Luiz Adriano e Rony (Gustavo Scarpa, intervalo). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

Cartões amarelos: Felipe Melo, Gabriel Menino e Rony.

Gols: Felipe Melo (42′ do 2ºT) e Marcos Rocha (48′ do 2ºT)