Cria do basquete alviverde, armador Caio Pacheco representa Brasil no Draft da NBA em 2020

Angelo Salvioni
Departamento de Comunicação

Acostumado a formar craques em diversas modalidades, o Palmeiras teve recentemente mais uma de suas revelações chamando a atenção do universo esportivo. No último domingo (26), Caio Pacheco, armador do Bahía Basket, da Argentina, e com passagens pelo basquete do Verdão nas categorias Sub-17 e Sub-19, foi inscrito no Draft da NBA neste ano, previsto para o dia 25 de junho, em Nova Iorque, nos Estados Unidos.

O atleta defendeu o Verdão na base por dois anos e teve destaque seu auge no clube durante a temporada de 2017 (Fabio Menotti)

Natural de Rio Claro-SP, o atleta de 21 anos e 1,88m de altura tem dado o que falar na Liga Argentina. Com média de 19,4 pontos (segunda maior do torneio) e 6,0 assistências (maior do torneio) em 21 jogos disputados na atual temporada (interrompida pela pandemia da COVID-19), Caio é o líder do time nos dois quesitos e tem como mentor Pepe Sanchez, campeão olímpico com a Argentina em 2004 e atual presidente do clube.

“O Palmeiras tem muita importância para mim. Joguei no clube por dois anos e tive a oportunidade de trabalhar com grandes profissionais e uma estrutura grandiosa. Não estava acostumado com isso no interior, mas foi muito bom a mim. Sou muito grato a todos àqueles que me ajudaram a crescer como pessoa e jogador”, declarou Caio.

Caio é o principal assistente da Liga Argentina (Bahía Basket/Divulgação)

Técnico do atleta na maior parte de sua passagem pelo Palmeiras, Felipe Santana, o Filé, já conhecia o garoto pelas grandes exibições em Rio Claro e Limeira antes de chegar ao clube para atuar na categoria Sub-17. Caio, inclusive, foi vice-campeão paulista Sub-17 e medalhista de bronze com o time Sub-19 no Torneio Aberto Adulto da FPB, em 2017.

“Percebemos que ele era um atleta com ‘alto QI de basquete’, com muita inteligência e personalidade. Trabalhamos bastante para ele atuar na posição 1 (armador), já que ele reúne características raras principalmente no basquete brasileiro. Sei que ajudamos bastante em seu processo de formação e não tínhamos dúvida de que ele estouraria em qualquer clube que estivesse. Vê-lo inscrito no Draft mostra o quão bom jogador ele vem se tornando”, exaltou Filé.

O amor pela bola laranja corre em suas veias desde cedo. O jogador é filho de Álvaro Pacheco, um dos maiores armadores da história do basquete do Palmeiras. O ex-atleta defendeu as cores do Verdão por quase 20 anos e se destacou entre os profissionais nos anos 90, ao lado de nomes como Patterson, Pipoka, entre outros.

“Eu me inspiro em diversos jogadores, mas o primeiro deles foi o meu pai, desde pequeno. Gosto muito do Facundo Campazzo (Real Madrid), Luka Dončić (Dallas Mavericks), Trae Young (Atlanta Hawks), Damian Lillard (Portland Trail Blazers)… estudo bastante e tento colher o melhor de cada um deles para incorporar ao meu estilo de jogo”, destacou o garoto, que atua na cidade de Manu Ginóbili, um dos maiores estrangeiros da história da NBA.

Álvaro (esq.), pai, e Caio (dir.), filho: geração de grandes basquetebolistas da família Pacheco (Montagem/Acervo Histórico/Fabio Menotti)

Há dois anos na Argentina, Caio defendeu o Verdão ao lado de outras crias palestrinas, como Yago Mateus (inscrito no Draft da NBA em 2019), Paulo Scheuer, Nicolas Ronsini, Daniel Haydin, Rafael Paulichi (companheiro de Bahía Basket), entre outros. No ano passado, o armador foi um dos destaques do bicampeonato sul-americano Sub-21 conquistado pela Seleção Brasileira.

“A evolução do Caio no basquete desde sua chegada ao Palmeiras é constante. Ele sempre treinou muito e buscava o melhor em todas as atividades. O Filé cobrava muito dele, insistia bastante principalmente nos fundamentos, e ele abraçou as orientações. Ele é muito querido por todos aqui até os dias de hoje e merece todo o sucesso que tem conquistado”, destacou Willians Manzini, coordenador técnico das categorias de base do basquete alviverde.

Palmeiras Sub-19 (2017). Em pé: Filé (treinador), Petrick Sato (fisioterapeuta), Enzo, Alex, Pedro, Guilherme, João Vitor, Rafael Paulichi e Rodrigo Leite (fisiologista); agachados: Daniel, Eduardo, Caio, Nicolas, Dalaqua, Jonas e Marcelinho (mordomo) (Fabio Menotti)

NBA já teve atletas com passagens pelo Palmeiras

Não é de hoje que o Palmeiras tem consolidada tradição na formação de grandes equipes de basquete e na revelação de jogadores. Oscar Schmidt, considerado por muitos o melhor brasileiro de todos os tempos na modalidade, iniciou sua carreira no clube e teve a oportunidade de atuar pelo New Jersey Nets (atual Brooklyn Nets) em 1984, mas recusou o convite para não ficar impedido de atuar pela Seleção Brasileira.

Albert de Witt, Randy Ayers, Dwaine Dillard, Pipoka, Patterson, Jefferson Sobral e Leandrinho Barbosa (campeão da NBA com o Golden State Warriors na temporada 2014-15) foram outros nomes que passaram pelo Verdão e tiveram contato com a principal liga de basquete do mundo. Já a lista recente de inscritos no Draft da NBA inclui os atletas Pedro Faria (2016) e Yago Mateus (2019), revelados na base palmeirense.

Oscar atuou nas categorias de base do Palmeiras durante a década de 70 (Divulgação)